quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Da infância querida

          Já faz muitos anos. Mas ainda me lembro daquelas manhãs de junho. Uma brisa suave, com o frescor de uma vida boa, passeava sobre os jardins floridos. Levava com ela as delicadas gotas de orvalho que cobriam as pétalas das rosas, que enfeitavam aquele lugar. Todos os dias aquela brisa me encontrava pelo caminho. Cantava-me uma canção graciosa e iluminada e preenchia meu interior.
          Era a natureza se fazendo presente em cada minuto do dia. Este, serenamente nascia, cumpria seu papel e trazia com ele, ao final da tarde, uma visão espetacular. Um verdadeiro milagre. Definitivamente, não eram fins de tarde comuns. Era como se o horizonte fosse um belo quadro. Uma pintura viva. O sol caía lentamente como se soubesse que havia uma plateia o admirando. Parecia-me algo tão próximo. Confesso que tinha vontade de sair correndo ao seu encontro. Sim, na minha ingenuidade de criança, acreditava que poderia tocar o horizonte.
          Hoje sei que não posso. Tudo o que me cabe é alegrar-me por, pelo menos, ter o privilégio de contemplá-lo. Orgulhar-me em sentir que sou parte deste cenário encantador. Desta vida. E, ainda que muitas vezes os meus olhos vejam distorcidas as paisagens, ainda que meus conflitos internos e externos, ao qual estou sujeita a cada dia, não me deixem ver a beleza e a brevidade desses momentos, o horizonte continua lá. Lindo como um milagre.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Cenas cotidianas

Na movimentada avenida: um ônibus, uma bicicleta, uma história interrompida. Carros de bombeiros, tráfego interditado, a vida se esvaindo. De um lado, a bicicleta retorcida como se fosse de borracha, o sapato, - um só-, o boné e a mochila cor de musgo desbotado. Do outro, no asfalto frio das seis da manhã, o corpo de um homem estendido. Imóvel. Sobre ele, bombeiros. Fazem o possível para salvá-lo. Inútil. A morte já o tem nos braços. No sentido oposto da avenida: carros, caminhões, motos, buzinas ao longe. Todos seguem devagar. Olham o cenário por alguns segundos e seguem seus caminhos. A linha que separa vida e morte é mesmo muito tênue. Basta uma fração de segundos. E, fim?





quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Palavras

Quando eu era criança adorava ler. O porquê eu não sabia, mas adorava. O problema é que onde eu nasci tudo era muito precário. E eu só pude ler três livrinhos da escola. E eu me lembro de cada um deles. Das cores, dos desenhos, até do cheiro que eles tinham. Mas o que me encantava mesmo eram as palavras. Ah, aquelas palavras eram apaixonantes, preenchiam-me de uma forma, que até hoje, não consigo explicar. Simplesmente sinto.

Meus irmãos dizem que eu quase não falava. Minha mãe achava que eu era surda, porque às vezes ela me chamava e eu não a ouvia. Descobri muito tempo depois que, na verdade, eu vivia em um mundo a parte. Um mundinho só meu. Cheio de letrinhas que formavam palavras que eu queria entender.

Muito antes dos dez anos, eu já admirava as estrelas. Deixava-me entorpecer pelo laranja que coloria o horizonte, quando a tarde caía. Passava horas no jardim que minha mãe cultivava do lado direito da nossa casa. Ficava alí com meus pensamentos infantis.

Eu tentava achar palavras para expressar tudo aquilo que acontecia dentro de mim. Não encontrava. Mas meu peito explodia numa alegria que eu não entendia, só sentia. Como não tinha mais livros, pedia a meu pai para escrever as letras das músicas que ele ouvia. Só para ter as palavras por perto. Tinha fome de palavras. Fome de versos, já os conhecia. Fazia sentido para mim, embora eu não soubesse o significado disso. Era muito bom sentir o que eu sentia.

A vida, no entanto, tem planos nem sempre tão poéticos. E minha leitura, todo aquele sentir-me, meus livros de infância se resumiram naqueles três. Durante um bom tempo, o meu universo cheio de palavrinhas ficara para trás. Foram tantos os motivos. Falta de recursos, trabalho, falta de incentivo. Abriu-se um abismo entre nós – entre mim e as palavras.


Queria falar, escrever, cantar sobre as coisas que vivia. Mas as palavras não me vinham como gostaria. Isso me entristecia. Mas no fundo sentia que algum dia íamos estar juntas outra vez. Demorou. Mas aconteceu. Estamos em um momento de reconciliação. Vou me agarrar nas suas asas e nunca mais deixá-las escapar de mim. Tudo isso, só para dizer que meu universo se traduz em verso. Em prosa. Em palavras.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O cupido impiedoso

... E foi assim que aconteceu.
O cupido impiedoso
Atirou sua flecha
Envenenada de paixão
Em direção
Ao meu coração.

Tiro certeiro.

E,  pronto.
Cá estou
Com o peito em chamas,

Queimando por um amor,
Por vezes real,
Por vezes ilusão.

Mas, pensando bem,
Talvez ele não seja
Tão ruim assim,

Pois,
Sem amor,
Sem paixão,
Sem fantasia,
Sem fogo,

O que seria de mim?

sábado, 6 de outubro de 2012

Perfume

Ah! Esse perfume!
Essa lembrança sem nome.
De quem? De onde?
Quem será que se esconde,
No fundo da minha saudade?
Esse rosto que não vejo,
Apenas sinto o estalo de um beijo
E um imenso desejo
Queimando no peito.
Será mesmo lembrança
De um tempo que passou,
Que o tempo há muito levou?
Ou será apenas um sonho,
Que acreditei ser realidade?
De onde vem essa saudade,
Essa vontade, esse perfume,
Sem rosto, sem nome,
De quem, de onde?







segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dane-se

Dane-se você que não aceita o que sou.
Dane-se você que só sabe reprimir.
Dane-se você que se diz ser tão normal.
Dane-se você que acha que é o tal.

Dane-se você que não vê o meu melhor.
Dane-se você que só sabe me julgar.
Dane-se você  que se diz superior.
Dane-se você que não entende meu olhar.

Dane-se você que diz que eu não presto.
Dane-se você que não percebe minha aura.
Dane-se você que recusa o meu afeto.
Dane-se você que não ouve minha palavra.

Que esteja do meu lado quem, de fato, me reconhece;
Quem perdoa os meus erros, quem aceita o meu abraço;
Quem recebe o meu sorriso, quem me ama sem algema;
Quem me invite a conhecer o infinito de seu ser.

Quem dentro de sua inconstância,
Seja constante de coração, quem me cante uma canção;
Quem me recite um poema, quem segura minha mão.
Que esteja do meu lado, quem, de fato, reconheço e aceito.



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O ciclo da vida

Nos momentos mais importantes de nossas vidas,
você não estava lá.
Quando a tempestade veio furiosa
na madrugada fria,
você não estava lá
Quando o sol nasceu e se pôs, no horizonte,
cheio de graça e encanto,
você não estava lá.
Onde você estava? O que procurava?
Aonde queria chegar?
Se a mulher que te amava estava lá...
Sozinha, desamparada,
tentando esconder dos filhos pequenos a dor,
mas que ao cair da noite,
na escuridão daquele fim de mundo,
chorava, abafando com
o travesseiro os soluços e as lágrimas.
Seus filhos também estavam lá.
Você se importava?
Parecia que não...
Com uma mala na mão você sempre partia.
E em nosso coração uma saudade doía.
Tempos depois, você retornava.
Com a mala na mão e um novo relógio no pulso.
Às vezes trazia um violão.
Ao vê-lo, com alegria, a gente sorria! Mas, ao mesmo tempo, o víamos como um estranho.
E foi assim toda a vida, você nunca foi constante
Um dia era de chegada o outro, de despedida
Um dia estava tão perto e no outro, tão distante
Faltou o seu calor em nossos invernos.
Faltou o seu sorriso em nossas primaveras.
Sobrou saudade e muita espera.
Faltou carinho e amor.
Você queria riqueza e o que encontrou?
Não sabe que no fim do arco-íris (se você chegar lá)
é só o pote de ouro que encontrará?
Sim, é isso, nada além disso.
Mas, como posso lhe condenar?
Sei do seu sofrimento,
mesmo que nunca tenha falado dele.
Sei que ao nascer aqueles que deveriam lhe cuidar,
deram-lhe para outros.
Embora estes outros tenham doado todos
os seus melhores sentimentos a você,
Sei que não é suficiente para preencher
o espaço de um coração ferido pelo abandono.
O amor é uma semente, tem que plantar para colher.
Procure e as encontrará em sua alma.Semeie-as. Seguirei semeando também.O amor brotará e um novo ciclo se iniciará.O amor só precisa de uma chance.

terça-feira, 19 de junho de 2012

El tiempo

Relógio-mandala by Ana Gonzalez
Él es soberano, es el señor de la humanidad, de él depende nuestro existir, nuetro nacimiento y muerte. Él es intocable. Él revela secretos, esconde misterios tan profundos que ni lo mas sabio de todos los hombres seria capaz de descubrir y entender. Él es el tiempo. Él es el pasado irreal, viviente apenas en nuestros recuerdos. Él es el futuro dónde viven las incertezas y esperanzas de realizaçión de nuetros sueños. Él es el presente, el ahora, lo que no puede esperar, y dónde todo es novedad. 

Él juega con nuetra insignificancia delante de su poder de transformar el nuevo en viejo, el día en noche y heridas en cicatrices. Sí él es cruel y avasallador, nos lleva personas queridas sin pedir permiso. Todavía, también es amigo, aunque no lo veamos así. Dueño de la verdad, nada pasa desapercebido a los ojos del tiempo, por esto lo consideramos cruel,  porque verdades son casi siempre, sin embargo, dolorosas. Pero, allá de esto, la verdad  es sinónimo de liberación.  

Sí, culpamos el tiempo por todo que nos sucede, por lo que dejamos de vivir, por las elecciones equivocadas, como se él fuera el causante de nuestras aflicciones, como se él fuera el reponsable por nuestras pérdidas. Y realmente es, mas no de una forma ruín,  muy por el contrario; todo lo que él hace es nos enseñar, que mucho más que de él, dependemos de nosotros mismos, de nuestra fuerza interior, para superar nuestros dolores y comenzar todo otra vez.

El tiempo no para, él sigue su camino sin mirar a trás, pues su destino es pasar. Y en su pasaje róbanos la inocencia, la juventud. Mientras, nos deja la experiencia, la historia y frutos, para que el ciclo de la vida se renove a cada día.


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Que dia!

Segunda-feira, seis hora da tarde, uma tempestade exageradamente furiosa cai sobre a cidade. Carros vão e vem e nesse ir e vir vão espirrando água suja da rua nas pessoas que sofridamente aguardam o seu ônibus, que as levará para casa. O ônibus chega, está lotado. Um cverto tumulto toma conta do local, por alguns segundos; depois de muito 'empurra-empurra', metade das pessoas presentes conseguem entrar no veículo.
O ônibus que já chegou abarrotado, agora com os novos passageiros ficou diícil até para respirar. A situação é tão crítica que, se um indivíduo destento, por algum motivo, tira o pé do lugar, já não terá mais onde acomodá-lo, pois outro pé estará habitando o espaço. Para piorar, todas as janelas estão fechadas. Assim, a paisagem interior compõe-se da seguinte maneira: vidros embaçados, rostos cansados, cabelos arrepiados e roupas molhadas. Odores dos mais variados começam a surgir e o ônibus não sai do lugar, não é o farol, é o trãnsito; emdias de chuva, a cidade alaga, as avenidas param e o povo padece. De um lado uma criança chora desesperadamente, a qual a mãe tenta em vão, acalmá-la, ela está inconsolável. Do outro um idoso reclama que um jovem lhe roubou o lugar reservado á sua condição. O acusado finge que dorme. Ao fundo, alheios à tempestade e ao sofrimento de muitos, três adolescentes que tiveram a sorte de sentar brincam e riem como se no mundo não hovesse problemas.  Embora seja desgastante, todos já estão acostumados a essa vida. É só mais um dia de chuva, na manhã seguinte a jornada recomeça outra vez; quiçá seja um dia um pouco mais leve e o ônibus não esteja tão cheio. Mas se não tiver, não faz mal, faz parte da vida. O povo é forte, o povo aguenta, o povo, a pesar de tudo, é feliz.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

El tiempo niño y la niña de mis ojos

 
Este tiempo tan niño, que juega conmigo, me roba el presente, me deja solo recuerdos de momentos tan perfectos. Me espera por la mañana, no, no me espera, me agarra por las manos y me lleva por caminos desconocidos, por días azules, por noches, por tempestades, por primaveras y veranos. Este tiempo niño, me lleva en sus alas en un vuelo magico por lo infinito ilumiado y por mares inquietos. Él hace grandes mis sueños, siembra en mi pecho deseos tan intensos, tan tensos, me hace nostalgica. A veces me devuelve por algunos instantes la infancia que otrora me robó, porque también quiere sonreir.

Este tiempo niño, me obsequia después que se mueren las madrugadas serenadas, con el nascimeniteo del sol, y aunque la llúvia caiga y yo no pueda verlo, sé que él está allá. Este tiempo niño me ha dado y me llevado tantas cosas. Pero hay una que él no pudo sacar de mi: la niña de mis ojos, esta él no pudo llevarla, y por la premera vez sientió el dolor, porque apasionose por ella. Sí, la niña de mis ojos conquistó el corazón de lo insensible tiempo. Me parece que él está sufriendo, yá que no pudieron querdarse juntos, porque él tenia que seguir su destino, entonces él pasó, su corazón se rompió, su amigo viento hasta le sopló a los oídos, algunas palavras que serviranle de consuelo, y así él se puso un poco mas leve para proseguir rumbo a las dudas, a cual ahora era sometido.

En cierto momento pensó en como era pequeño, delante de los secretos de la vida. Hasta él, siempre tan imponente, intocable, soberano, ahora nada mas es, que un tiempo triste, desengañado por un amor imposible. La niña de mis ojos nada puede hacer, a mi tan poco a final es através de ella que veo el mundo, sin ella no puedo vivir. Ella sabe y el tiempo tambien, que jamás volveran a encontrarse, yá que él no puede más volverse y ella no puede salirse de mi. Mientras ella lo espera, en vano es claro, en cada brisa, en cada eclipse, en cada aurora, este tiempo niño, antes tan travesio y apartadizo y ahora tan sensible, en consecuencia de un amor.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

O presente


Salvador Dali -"A persistência da memória"-1931


Depois de mais um dia de trabalho, enquanto o ônibus percorre seu caminho levando-me de volta para casa. Dentre tantos rostos diferentes que vejo, um me faz lembrar alguém que conheci. E através deste rosto outra lembrança: uma cidade, um céu azul anil e belas noites enluaradas. Uma praça. Uma sorveteria à margem do rio. Um cheiro de liberdade, de juventude, de amigos tão cheios de vida, de sorrisos e olhares radiantes. Não faz muito tempo, eu estava lá e agora tão distante.

O responsável, claro, só pode ser ele: o tempo. Este tão relativo tempo que passa ora tão lento ora tão rápido, porém não para jamais. Não pede licença. Não espera. De repente o presente já é passado. E o futuro? Este não chega nunca. Passamos toda a vida esperando-o e ele cada vez mais longe. Ele, na verdade, não existe. O hoje sim é real. E é por isto que ele se chama presente. 

O passado só é vivente em nossas lembranças; o futuro é somente um oásis onde depositamos todas as nossas aspirações. Os nossos desejos e sonhos que só se realizam no presente. Este tal futuro faz-se importante em nosso viver, no entanto, está sempre atrelado ao presente. Pois trazemos em nós a esperança de que em cada amanhecer um novo presente nos entre pela fresta da janela como um raio de sol atrevido, aquecendo-nos os corações. 

Agora é hora de fechar o arquivo do meu passado. A chave guardo no coração e toda vez que meus sentidos forem tocados por algo ou alguém que, inconscientemente, comover a minha alma voltarei àquele tempo que não mais é real, mas que um dia foi um lindo presente que levarei por toda a minha vida. 

terça-feira, 1 de maio de 2012

Palabras de un ángel

Yo te veo, pero no es solo esto.
Yo veo más allá, 
Allá de tu mirar, allá de tu sonrisa
Yo veo tu alma, yo veo lo que te aflige,
El color de tu aura y lo que te deja triste.
Yo veo tus secretos, tus miedos
Y tus deseos, yo veo tu verdad
Y tu mentira, tu dulzura y tu ira.
Yo veo en tus palabras, 
Lo que finges ser, pero eres 
Lo que dices querer, pero no quieres
Yo veo lo que tu intentas esconder-me
Lo que en la verdad gustarias de ser.
Yo veo lo que te hace feliz
Yo veo en tu rostro, 
Esta voluntad contenida de gritar,
De salir de este mundo inventado,
Creado por ti, para huir de la realidad 
Que pensas que va a lastimarte.
Pero lo que tu no sabes es que en esta realidad
Está tu verdadera felicidad.
La ilusión hiere tu ser.  
La alegria está en mascarada, 
Cuando no vives tu mundo,
Cuando no haces lo que realmente amas y crees.
Todavia yo veo que tu puedes volver a encontrarte
Yo veo que dentro de esta fantasia hay una luz
Llamandote para la vida.
Esta luz viene de mis ojos, esta luz es una oportunidad.
¡Ven conmigo! Aún hay tiempo
¡No te abandones!
Sigueme, yo te muestro el camino,
Jamas te deijaré solo,
Soy tu ángel, tu protector y tu amigo.


-Li Melo-

segunda-feira, 2 de abril de 2012

¡Mira niño!


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¡Mira niño! Eleva tus ojos al cielo. Ve este azul. Ve que paz él  transmite. ¡Mira! Mira las estrellas, ellas te miran también, quieren jugar, quieren ver tu sonrisa más sincera, quieren verte muy feliz. Sueña niño. Cree que tu vida es un paraiso. No te pongas enfadado ni por un segundo, mientras eres niño, no hay tiempo para esto ahora. No te dejes salir de tus ojos esta luz tan intensa. No te olvides nunca de este momento. Lo eterniza en tu corazón.


Mira niño, es la vida presente aquí. Cada minuto no se habrá repitido. Todo cambia. Todo es pasagero. Desea, pida al universo y él te concederá todo lo que quieras. Llena tu alma, niño. Cubrete de amor, forma parte de todo. Dona, reciba. Esta es la vida. Tal vez no te puedas entenderla, o talvez tu, que todavia no ha maculado los pensamientos con idéas negativas y profanas con la soberbia, sea lo que la conoce bien. Porque absorve de ella, la magia, la fantasia, la belleza de cada instante. Puede ser que te pierdas por el camino, que es largo y mucho poco seguro. Todavia, sí hubieres guardado dentro de ti fragmentos de cada buen momento que te has presenciado, nada que habrá venido lo habrá lastimado.


¡Mira niño, es la vida! No corras, también no te quedes parado. Sigue tranquilo, anda en el compase del tiempo. Y cuando no seas más niño, sino un hombre, te acordate de que la magia nunca muere. Ella viverá para siempre en tus ojos. Y aunque hubiere transformadote en viejo, todavía continuarás con estes ojos de niño, viendo la vida como si tuviera siempre estellas a tu alrededor. Porque se dicen que los ojos son las ventanas del alma y esta jamás envejece.         


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Os erros que não cometerei com meus filhos


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É uma grande responsabilidade ser pai ou mãe. Tudo porque a partir do momento em que um pequeno ser faz-se presente na vida de um casal, tudo fica diferente. Tudo passa a girar em torno dele. Um filho quando criança depende, única e exclusivamente, de seus pais. Deve-se, no entanto, durante o seu desenvolvimento, ensiná-lo a ser independente. Isto é fundamental. 

Ter um filho não é simplesmente gerar uma vida. Há que se ter tempo para dedicar-se à sua criação. Dar carinho, atenção; participar assiduamente do seu dia-a-dia. Tem que ser e estar presente. Mas o que vemos hoje em dia é uma enorme falta de cuidado dos pais para com os filhos. Claro que, muitas vezes, isso não é consciente.

Na verdade, esta realidade é uma conseqüência da modernidade, já que esta trouxe uma grande evolução feminina, em todos os sentidos desta palavra, na prática. Ela é mulher, profissional, mãe. A evolução é boa? Claro que é. Alcançamos grandes espaços, antes privilégio apenas dos homens. Acontece que esta grande evolução trouxe também o stress e uma infinidade de adversidades que atrapalham e muito a vida familiar.

Isto não significa que a mulher tenha que viver em função, apenas, do lar e o homem sair para a “caça”, como na idade da pedra. Todavia, há que se ter mais cuidado no cuidar dos seus filhos. O adulto física e emocionalmente saudável é reflexo de uma infância bem vivida, sem exageros e estruturada na constância dos sentimentos daqueles que o criaram.    

- Li Melo-

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A MAGIA DAS PALAVRAS

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As palavras são mágicas, são parte da comunicação e esta é necessária para a vida humana. As palavras podem ser belas, podem transmitir-nos tranqüilidade, emoção. Podem dar-nos consolo, também perturbação e até dor. As palavras me encantam como me encanta o infinito. Como é bom ouvi-las, lê-las ou escrevê-las. Elas me fascinam. Elas são tesouros por seu valor imensurável. 

Se tenho em minhas mãos uma caneta, uma folha de papel e uma idéia na cabeça, posso ultrapassar qualquer barreira existente, seja de tempo, seja de espaço. Posso inventar mundos, dar vida a seres inanimados. Posso viajar para qualquer parte do universo, voar, tornar possível o que parece impossível e inacreditável. Porque as palavras são portas abertas para uma nova realidade, um novo tempo, um novo existir.

O homem morre, mas suas palavras ficam e andam pelo mundo, acalentam os corações, fazem sonhar, ensinam. As palavras são mágicas, alegram e entusiasmam a alma de seu ouvinte e de seu interlocutor. 

Muitas vezes, nos esquecemos da importância das palavras e as proferimos em vão, sem nenhuma sinceridade. Estas se vão com o vento. Outras vezes, guardamo-nas dentro de nós por medo de ferir a quem amamos. E, quando isto acontece, nos sentimos sufocados, sobrecarregados porque as palavras querem ser livres como os passarinhos e querem libertar-nos de nossos pesares. As palavras querem bilhar dentro de nós, fazer-nos transcender.

    

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A prática do verbo amar

 
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       Será que realmente sabemos o verdadeiro significado do verbo amar? Ou será que somos seres presos a emoções irreais apenas para não vivermos em vão? Será que amar é abrir mão de viver a própria vida em favor de outra pessoa? Será que podemos chamar de amor sentimentos que levam um individuo a querer a morte se esse não for correspondido? 
         
O que é certo é que tudo em nossa existência é um grande ponto de interrogação. Somos especiais porque raciocinamos, porque nos inquietamos, porque somos imperfeitos? Somos especiais porque sentimos amor, raiva, alegria, tristeza? Talvez. Ou talvez especiais sejam os animais irracionais que não precisam se questionar sobre suas ações e reações. Eles simplesmente seguem seus instintos, sem culpa, sem dor, sem medo.

        Será que praticamos o verbo amar? Será que estamos dispostos a doar sem a pretensão de receber na mesma proporção? De nos entregar ao outro ou a causas diversas sem esperar nada em troca? Talvez, em vez de ficarmos o tempo todo tentando encontrar respostas para tudo o ideal fosse nos entregarmos de corpo e alma à vida e seus mistérios. É impossível passar ileso poe ela. Ninguém é inescapável de nada.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O ovo, a margarina; um encontro único



O ovo vai para a frigideira. Ela espera-o no fogo. A margarina já está derretida e muito quente. O ovo é despejado de sua fina casca e vai direto ao seu encontro. É embebido por ela, que o faz chiar, um chiar suculento, convidativo.
Uma pitadinha de sal sobre a gema e logo o cheiro de ovo frito incendeia o ambiente. O que era um misto de transparência e sensibilidade, agora é branco e amarelo firme. O fogo é brando. Vira de um lado. Vira do outro e agora está entre douradinho nas bordas arrebitadas, branco e amarelo. Que delícia!
Vai chegando ao fim o caloroso encontro entre o ovo e a margarina. Um encontro único que jamais se repetirá. Nem para um nem para o outro. O fogo é apagado. Uma parte da margarina faz parte do ovo, assim como uma parte do ovo faz parte da margarina. Vida curta, porém intensa.





-Li Melo-

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

TUDO É POSSÍVEL


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        Sempre que nos deparamos com alguma dificuldade no decorrer de nossas vidas, acreditamos que é um castigo. Que Deus está sendo injusto em nos fazer sofrer. Então nos desesperamos. Achamos que tudo perdeu o sentido, que nada do que fizermos dará certo. Egoísmo de nossa parte é claro. Não estamos aqui simplesmente para olhar a vida passar pela janela, como se não fizéssemos parte dela. Todo mundo tem momentos de alegria, de tristeza, de solidão, de entregar-se ao amor. Isto é viver. Correr riscos, cair, levantar, chorar, apaixonar-se.  
        
Temos que olhar mais à nossa volta e agradecer pelas coisas boas que Deus nos oferece todos os dias. Cada amanhecer é diferente do outro. Um dia é de sol o outro é de chuva. A vida, o mundo e o tempo não param, só porque o dia não está como queremos. A vida é assim e devemos aproveitar com a mesma intensidade todos os momentos, pois todos fazem parte de nós. Estamos interligados com o universo. Temos que aceitar os desafios com otimismo e determinação. Se hoje está difícil temos que acreditar que amanhã será melhor. Nada é constante. Tudo é possível. Tudo pode mudar. Um minuto pode fazer a diferença e modificar toda uma vida.   

         De certa forma, somos seres privilegiados. Podemos chegar onde quisermos. Podemos sonhar e realizar. Quanto ao sofrimento, ele é inevitável. Somos humanos. Temos sentimentos, seduzimos e somos seduzidos pelas coisas e pelas pessoas e , muitas vezes, não sabemos o momento exato de partir ou de ficar. Mas uma coisa é certa. Podemos ser mais alegres do que tristes. Só depende de nós.


-Li Melo-




terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Visões (Carlos Drummond de Andrade)

O Apóstolo São João foi realmente
um poeta extraordinário como igual
não houve depois ----
                                 nem Dante
                                 nem Blake
                                 nem Lautréamont


Teve tôdas as visões antes da gente.

Viu as coisas que são e as que serão
no mais futuro dos tempos, e que resta 
a prever, a como-ver, aos repetentes míopes
que somos e não vemos o Dragão
e nem mesmo o besouro?


Viu animais cheios de olhos em volta e por dentro, 
glorificando Alguém no trono, semelhante ao jaspe e à sardônica.
Viu a mulher, sentada na bêsta escarlate 
de sete cabeças e dez chifres
e na fronte da mulher leu a inscrição: Mistério.
Viu o Nome que ninguém conhece 
nem saberia inventar, pois se inventou a si mesmo.
Os surrealistas não puderam como êle.
Viu a chave do abismo
que Mallarmé não logrou levar no bôlso.
Viu tudo.
Viu principalmente o supertrágico, a explosão nu-
                                clear, e nisto me afasto dêle.

Não, não gostaria de predizer o fim do mundo,
como sete taças de ouro repletas da ira de Deus
despejando-se sôbre a Terra.
Quero ver o mundo começar
a cada 1º de janeiro
como o jardim começa no areal
pela imaginação do jardineiro.


desculpe, São João, se meu apocalipse 
é revelação de coisas simples
na linha do possível.
Anuncio uma lâmpada, não sete
 (e nenhuma trombeta)
a clarear o rosto amante:
são dois rostos que, se contemplando,
um no outro se vêem transmutados.
Pressinto uma alegria
miudinha, trivial, embelezando
em plena via pública o passante
mais feio, mais deserto
de bens interiores


Profetizo manhãs para os que saibam
haurir o mel, a flor, a côr do céu.
O mar darei a todos, de presente,
junto à praia, e o crepúsculo sinfônico
pulsando sôbre os montes. Um vestido
estival, clarocarne, passará,
passarino, aqui, ali, e quantos ritmos
um pisar de mulher irá criando
na pauta de teu dia, meu irmão.
Oráculo paroquial, a meus amigos
e aos amigos de outros ofereço
o doce instante, a trégua entre cuidados,
um brincar de meninos na varanda
que abre para alvíssimos lugares
onde tudo que existe, existe em paz

E mais não vejo, e calo, que as pequenas
coisas são indizíveis se fruídas
no intenso sentimento de uma vida
 (são 20 ou 70 anos?)
limitada e perene em seu minuto 
de raiz, de fôlha dançarina e fruto.




Anseios

Coisas da vida,  coisas do coração... Pior ainda se for sobre paixão: onde houver expectativa, haverá decepção. @liemversos