Na movimentada
avenida: um ônibus, uma bicicleta, uma história interrompida. Carros de
bombeiros, tráfego interditado, a vida se esvaindo. De um lado, a bicicleta
retorcida como se fosse de borracha, o sapato, - um só-, o boné e a mochila cor
de musgo desbotado. Do outro, no asfalto frio das seis da manhã, o corpo de um
homem estendido. Imóvel. Sobre ele, bombeiros. Fazem o possível para salvá-lo.
Inútil. A morte já o tem nos braços. No sentido oposto da avenida: carros,
caminhões, motos, buzinas ao longe. Todos seguem devagar. Olham o cenário por
alguns segundos e seguem seus caminhos. A linha que separa vida e morte é mesmo
muito tênue. Basta uma fração de segundos. E, fim?
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