sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

As máquinas não podem sentir

As relações humanas, diante da complexidade que as envolve, estão em constante contradição, devido à individualidade de cada um. O autoconhecimento e a capacidade de entender o outro são fundamentais para uma convivência saudável. Mas nem sempre esse entendimento é possível. Afinal, no mundo moderno no qual tudo é instantâneo, não há tempo para grandes reflexões. 
                                                 
Entre razão e emoção o homem se divide. Esquece, porém, de buscar o equilíbrio e, de alguma forma, acaba dominado por um destes sentimentos, o que lhe causa profundo mal. Dinheiro e poder dificilmente andam juntos com amizade e afeto. No primeiro caso, muitas vezes, estão as prioridades. No segundo, cujos benefícios são imprescindíveis para uma existência mais feliz, ficam em segundo plano. 
       
Identificadas como as "vilãs" deste século, a ansiedade e a depressão atingem milhões de pessoas em todo o planeta. Doenças graves, consequências de uma vida atribulada, superficial e muitas vezes vazia. Não se pode viver sozinho, isolado, sem amigos ou exageradamente cheio deles, dos quais na maioria das vezes não se sabe sequer os nomes reais. É o que acontece nas grandes redes sociais espalhadas internet a fora.
      
Não há problemas, contudo, em se relacionar virtualmente com pessoas de outros estados ou países, pelo contrario, conhecer outras culturas é sempre muito enriquecedor. O perigo é quando o universo de determinado indivíduo passa a girar em torno apenas de uma máquina e dos "amigos" que se faz por meio dela.
      
Cumplicidade e confiança devem fazer parte do processo de crescimento do ser humano. Isso significa que para se construir um sentimento verdadeiro, ainda que contraditório, há que se conhecer um ao outro. Só a partir de então se compartilha as experiências, de certa forma, reais. 

Como alcançar tal propósito ao longo da vida, se não por meio do contato direto entre as pessoas. Onde se nasce, se pratica a reciprocidade e se morre, se não na bela e crua realidade.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O que nos falta...


By Mazinho
"É preciso perceber e compreender o universo;
Alcançá-lo, abraçá-lo; e nutrir-se de seu esplendor."


terça-feira, 23 de novembro de 2010

O homem recria, mas também destrói

Desde os primórdios das civilizações, o homem experimenta os mais variados tipos de conflitos; sejam eles por motivos religiosos, territoriais ou econômicos. A evolução caminhou a passos largos até os dias atuais. Mas o conhecimento não fez desse ser o mais sensato dentre as espécies. Ele busca por meio de suas faculdades, o domínio a qualquer custo, sobre os mais fracos.
        
A inteligência que deveria ser usada em prol de uma maior igualdade entre os povos, concentra-se na invenção e construção de bombas, armas nucleares, aviões, navios e tanques de guerra. É a arte da criação com o propósito de destruição.
         
As cidades de Hiroshima e Nagasaki conhecem bem os efeitos de tais inventos. Elas guardam até hoje nas lembranças as marcas da grande tragédia de 1945, quando a bomba atômica foi lançada sobre o Japão. Naquele dia, milhares de vidas e sonhos se dissiparam no ar como poeira. Gente inocente de todas as idades foi aniquilada em poucos segundos, sem a menor piedade.
         
Definitivamente, o homem não sabe viver em paz, o conflito já começa dentro de si, é sua condição humana. Todavia em vez de buscar uma evolução interior, animaliza-se. Mata e morre sem se conhecer. Adolf Hitler, fundador do regime nazista, é um grande exemplo dessa incapacidade de amar a si e ao próximo. Protagonizou um dos maiores atos de crueldade contra seus semelhantes, já vistos em nossa história.     
          
Muitas vezes um embate se faz necessário, já que ninguém vai aceitar passivamente ser atacado sem revidar; e nesse caso lutará e matará pela sua sobrevivência. Devemos, no entanto, estar cientes de que a guerra é antes de tudo sinônimo de intolerância de falta de humanidade e sua finalidade é o poder. Embora um lado triunfe sobre o outro, não há vencedores, não há heróis. Uma medalha no peito não apaga do coração o terror vivido em um campo de batalha.       

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

E tudo será belo

Um dia tudo passa; 
a dor, a paixão, 
a juventude.
Então, 
chegará o momento 
do recomeço...
E tudo será belo, 
como uma tarde de outono.


domingo, 26 de setembro de 2010

Consumo: Vontade própria ou influência midiática

Todos os dias somos bombardeados através do mais variados meios de comunicação, com comerciais que nos levam a crer que os produtos oferecidos são indispensáveis para nossa vida. São celulares, sapatos, roupas de todas as marcas e modelos, tintas de cabelo entre outros; eles procuram vender a ideia de que seremos mais felizes usando tais produtos. 

A persuasão midiática é infalível, não demora muito e lá estamos sucumbidos pelo desejo de consumo. São tantas imagens belas, tantos sorrisos, tanta alegria, que é quase impossível não se render. 

Contudo, não podemos chamar isso de alienação, já que na maioria das vezes, se não todas somos praticamente empurrados para o consumismo. Por exemplo, uma calça que foi moda na última estação, se for usada por uma pessoas um ano depois, esta não se sentirá à vontade, estará completamente fora de contexto, sentirá até rejeição por parte dos próprios colegas que convive. 

As indústrias obriga-nos a consumir o que eles produzem, querendo ou não. É como se tudo fosse descartável, inclusive o que ouvimos, o que comemos; e isso acaba afetando profundamente, nossa maneira de agir. Quem é que quer ser ridicularizado por não estar de acordo coma roupa, o sapato e até o cabelo do momento? Com certeza ninguém. 

Somos constantemente forçados a viver como os mercados querem; por mais que sejamos contra ou tentemos fugir disso, às vezes parece impossível, porque há sempre aqueles que controlam. 

Entretanto, podemos ser mais moderados, nos libertar ainda que com dificuldade desse mundo consumista; existem várias maneiras de se fazer isso; não se vendendo, não se iludindo com imagens tentadoras, não exagerando, Já que tudo é tão perecível; é possível ser feliz consumindo apenas o essencial.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

... Porque viver é isso: é paixão. É fogo. É dor e riso. Sonho e ilusão. Cada momento é único. Eterno dentro de cada coração.

terça-feira, 16 de março de 2010

A vida é MUITO para ser insignificante (Charlie Chaplin)

"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar
a vida com paixão, perder
com classe e vencer com ousadia,
pois o triunfo pertence a quem se atreve...
A vida é MUITO para ser
insignificante."

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mulher ao espelho (Cecília Meireles)

Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

terça-feira, 9 de março de 2010

O Homem; as viagens (Carlos Drumond Andrade)

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte
ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro
diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto
é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para te ver?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Projetei minha alma para o infinito,
Viajei.
Foi apenas por um segundo,
Mas estive lá.

Nesse segundo,
Fui parte dos mistérios profundos
Das galáxias.
Fui inteiramente parte de lá.

A mágica desse momento vivido
Revela-se no brilho de meus olhos
Tão diminutos,
Mas que por um instante
Conheceram a perfeição,
O inimaginável, o inacreditável.

Eu estive lá.
E jamais sentirei
Que não faço parte da arte
De viver, verdadeiramente, no esplendor
Do que parece impossível.

Não, não foi um sonho.
Tampouco a realidade
De que se tem conhecimento
A humanidade.

Foi algo que não se conhece,
Que não se repete.

O que vi, guardei em mim.
E foi assim que descobri
Que meu céu é único,
Só eu o conheço e posso alcançar.
Acredite, eu estive lá.

A viagem II

Projetei minha alma para o infinito, viajei

Foi apenas por um segundo, mas estive lá

Nesse segundo fui parte dos mistérios profundos

Das galáxias, fui inteiramente parte de lá

A mágica desse momento vivido,

Revela-se no brilho de meus olhos, tão diminutos

Mas que, por um instante conheceram a perfeição;

O inimaginável, o inacreditável...

Eu estive lá;

E jamais sentirei que não faço parte da arte

De viver verdadeiramente no esplendor

Do que parece impossível;.

Não, não foi um sonho, tampouco a realidade

De que se tem conhecimento a humanidade

Foi algo que não se conhece, que não se repete

O que vi, guardei em mim, e foi assim que descobri

Que meu céu é único

Só eu o conheço e posso alcançar,

Acredite, eu estive lá.

.


quinta-feira, 4 de março de 2010

Adeus, adeus

Sinto que chegou a hora.
Devo partir.
Se ficar tenho plena certeza
De que não serei feliz,
Como antes pensava que seria.
Se ficar estarei condenando-me
A um viver sem esperança,
Um viver de ilusão.
Não me conhecia. 

Agora eu sei.
Pensava ser alguém
Que hoje vejo claramente
Está muito distante
Do que realmente sou.

Sempre deixei que a vida me levasse,
para onde quisesse, sem reclamar.
Sem contestar,
Sem fazer perguntas.

Simplesmente a seguia.
Mas, de repente sinto
Que posso ser dona de minhas vontades.
Dona do meu caminho.

O tempo passa veloz
E quando nos damos conta,
Já não somos mais as crianças de outrora.
Aquelas que traziam nos olhos,

Todo um universo de sentidos.
 
Passou.

Passou a inocência,
A puerilidade,
O frescor, 


Passou o tempo.
Resta-me seguir.
Desta vez com destino certo.
Não posso levar ninguém.
Esta viagem é minha.
É para dentro
E não para fora.
É um mergulho interior.

É uma busca.

Sei que antes de partir
Devo abandonar metade de mim.
A metade que me arrasta,
Que me entristece,
Que me enlouquece.

Somente assim
Seguirei tranquila,
Com a certeza
De que me encontrarei.

Adeus.

Anseios

Coisas da vida,  coisas do coração... Pior ainda se for sobre paixão: onde houver expectativa, haverá decepção. @liemversos