terça-feira, 16 de março de 2010

A vida é MUITO para ser insignificante (Charlie Chaplin)

"Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar
a vida com paixão, perder
com classe e vencer com ousadia,
pois o triunfo pertence a quem se atreve...
A vida é MUITO para ser
insignificante."

quarta-feira, 10 de março de 2010

Mulher ao espelho (Cecília Meireles)

Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,
já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida
do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira
a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,
olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,
do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.

terça-feira, 9 de março de 2010

O Homem; as viagens (Carlos Drumond Andrade)

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte
ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro
diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto
é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para te ver?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
do solar a colonizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Projetei minha alma para o infinito,
Viajei.
Foi apenas por um segundo,
Mas estive lá.

Nesse segundo,
Fui parte dos mistérios profundos
Das galáxias.
Fui inteiramente parte de lá.

A mágica desse momento vivido
Revela-se no brilho de meus olhos
Tão diminutos,
Mas que por um instante
Conheceram a perfeição,
O inimaginável, o inacreditável.

Eu estive lá.
E jamais sentirei
Que não faço parte da arte
De viver, verdadeiramente, no esplendor
Do que parece impossível.

Não, não foi um sonho.
Tampouco a realidade
De que se tem conhecimento
A humanidade.

Foi algo que não se conhece,
Que não se repete.

O que vi, guardei em mim.
E foi assim que descobri
Que meu céu é único,
Só eu o conheço e posso alcançar.
Acredite, eu estive lá.

A viagem II

Projetei minha alma para o infinito, viajei

Foi apenas por um segundo, mas estive lá

Nesse segundo fui parte dos mistérios profundos

Das galáxias, fui inteiramente parte de lá

A mágica desse momento vivido,

Revela-se no brilho de meus olhos, tão diminutos

Mas que, por um instante conheceram a perfeição;

O inimaginável, o inacreditável...

Eu estive lá;

E jamais sentirei que não faço parte da arte

De viver verdadeiramente no esplendor

Do que parece impossível;.

Não, não foi um sonho, tampouco a realidade

De que se tem conhecimento a humanidade

Foi algo que não se conhece, que não se repete

O que vi, guardei em mim, e foi assim que descobri

Que meu céu é único

Só eu o conheço e posso alcançar,

Acredite, eu estive lá.

.


quinta-feira, 4 de março de 2010

Adeus, adeus

Sinto que chegou a hora.
Devo partir.
Se ficar tenho plena certeza
De que não serei feliz,
Como antes pensava que seria.
Se ficar estarei condenando-me
A um viver sem esperança,
Um viver de ilusão.
Não me conhecia. 

Agora eu sei.
Pensava ser alguém
Que hoje vejo claramente
Está muito distante
Do que realmente sou.

Sempre deixei que a vida me levasse,
para onde quisesse, sem reclamar.
Sem contestar,
Sem fazer perguntas.

Simplesmente a seguia.
Mas, de repente sinto
Que posso ser dona de minhas vontades.
Dona do meu caminho.

O tempo passa veloz
E quando nos damos conta,
Já não somos mais as crianças de outrora.
Aquelas que traziam nos olhos,

Todo um universo de sentidos.
 
Passou.

Passou a inocência,
A puerilidade,
O frescor, 


Passou o tempo.
Resta-me seguir.
Desta vez com destino certo.
Não posso levar ninguém.
Esta viagem é minha.
É para dentro
E não para fora.
É um mergulho interior.

É uma busca.

Sei que antes de partir
Devo abandonar metade de mim.
A metade que me arrasta,
Que me entristece,
Que me enlouquece.

Somente assim
Seguirei tranquila,
Com a certeza
De que me encontrarei.

Adeus.

Anseios

Coisas da vida,  coisas do coração... Pior ainda se for sobre paixão: onde houver expectativa, haverá decepção. @liemversos