Quando falamos em manifestações
culturais, a primeira coisa que nos vem à mente é um conjunto de imagens
coloridas, que nos remete à comemoração, alegria, diversão, confraternização.
Contudo, esses valores que cada sociedade carrega de geração em geração, vem
sendo modificados ao longo do tempo, em nome do consumo exagerado. Basta nos
sentarmos diante da televisão, que lá está; Compre! É o presente de Natal, a
roupa do ano Novo, os apetrechos da Festa Junina e assim por diante.
As belas propagandas, que conotam uma
festa, uma comemoração mais feliz caso o indivíduo adquira determinado produto,
são infalíveis; muitas vezes até o menos influenciáveis se deixam afetar por
tais artifícios. Mas, por que sucumbimos à indústria cultural? Por que valorizamos
tanto o supérfluo? Na essência, Natal é sinônimo de renascimento; enquanto o Ano
novo, trás esperança de tempos melhores aos corações humanos. Infelizmente no
contexto atual, essa pureza, tão importante para nossa vida, acaba sendo só
mais um detalhe.
Talvez por estarmos constantemente
buscando respostas e significados para a nossa existência, acabamos nos
confundindo; e ao invés de preservarmos os valores aprendidos ao longo da vida,
vamos os descontruindo pouco a pouco.
Muitas vezes de forma até inconsciente, somos dominados por aqueles, que
detém maior conhecimento. Estes usam o poder para transformar o genuíno em
artificial, a beleza em futilidade.
Embora, as manifestações festivas,
sejam fundamentais para transcendermos, muitas vezes, não conseguimos nos
atentar à sua verdadeira riqueza. Bom seria se não perdêssemos o prazer de
saborear sem outra finalidade que não a imaterial, as fogueiras ao som de uma
quadrilha animada na noite de São João. Se pudéssemos passar o Natal e Ano novo
sem que a maior preocupação fosse a troca de presentes ou a diversidade de comida,
respectivamente. Tudo isso seria possível, não fosse a cruel, necessária, mas,
capitalista realidade em que vivemos.